terça-feira, 25 de março de 2008

Pão e circo...


Hoje eu estava conversando com duas amigas que trabalham em uma comunidade carente na zona sul de São Paulo. É impressionante como as pessoas podem se acomodar com o mínimo.
Um dos motivos que acho prejudicial a política de assistencialismo é o que as pessoas acabam se acomodando com o leite que ganham, a roupa usada, a cesta básica...
A famosa frase "o voto não enche barriga", imprime a falta de cultura de luta social nas comunidades mais carentes. É como se fosse um mal incurável.
Certa mãe tem um filho de uns 5 anos, os dentinhos estão todos estragados. Consegui-se uma dentista voluntária para tratar de graça, a mãe nunca apareceu. Existe isso!!! É inacreditável!
Do que essas pessoas vão reclamar? O que elas querem?
Moram em péssimas condições na favela, onde não tem moradia decente. Porém em contrapartida, não pagam casa, luz e água. Tentamos levar à comunidade um pouco de cultura, voz e perspectiva de mudança, mas muitas vezes nos deparamos com profundo comodismo desanimador. A culpa não é toda do povo, mas sim da forma que a democracia no Brasil foi construída . É a expansão da vida urbana sem o reconhecimento dos direitos de cidadania
das "classes baixas". A democracia não foi conquistada pelo povo, e sim enfiada "guela à baixo" da massa. Não ou houve um mudança da nação e sim do Estado. A cultura colonial ainda deixa marcas até hoje.
Pão e circo? Será mesmo que até hoje isso cala a boca do povo? Claro que não vou generalizar, pois nasci na periferia, mas o que vejo ao meu redor é uma grande despreocupação com a política nacional. As pessoas sabem mais sobre os participantes do BBB 8 do que sobre os candidatos à próxima eleição municipal...
Tudo bem que muitos paises querem copiar o bolça família, apenas dar um salário de miséria de graça para as pessoas é cuidar dos pobres desse país?
O povo não quer só comida, ele quer iguais opotunidades de obter dignidade, cultura, moradia... mesmo que muitos não tenham tempo para pensar sobre isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, Cris! Gosto de falar sobre assistencialismo. Inclusive, esse foi o primeiro tema do meu novo Blog. Concordo plenamente com você, viu. O assistencialismo está fincado na nossa sociedade desde a origem do País. Desde que Brasil é Brasil o assistencialismo esteve presente, de várias maneiras: uma simples capela para os escravos, leis trabalhistas para o operariado, programas de TV que dão móveis e dinheiro, e, claro, tudo o que os políticos fazem para COMPRAR o voto da população. Se antes existia a política do Pão e Circo, hoje o que restou para a camada pobre da sociedade foi só o Pão. Para a periferia, nada de cinema, teatro, cultura, bibliotecas, somente bares. Para elite, TUDO.

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